Moto?
- Goncalo Pereira
- Mar 26, 2017
- 3 min read
Com a apresentação do novo Moto G5 e G5 plus na MWC 2017, a Lenovo vem dar continuidade ao projecto Moto. Smartphones sólidos, a um preço bastante convidativo, que tem garantido o sucesso da Motorola sob comando da Lenovo, levando a empresa a reconhecer o erro que seria retirar o nome Moto dos seus equipamentos.
Já na quinta geração deste equipamento, o Moto G tanto pela Google, como agora pela Lenovo, sempre se manteve focado, em oferecer um conjunto que apesar de pouco exuberante, é sem dúvida eficaz. Um smartphone para um uso simples, quer seja por um utilizador pouco exigente, como para uma camada mais jovem a ter o seu primeiro contacto com um smartphone. A opção por uma versão do sistema operativo muito perto do Android puro reflete de igual maneira esta linguagem: manter o equipamento simples e leve com o menor número possível de aplicações pré-instaladas, facilitando de igual maneira as actualizações de sistema.
Esta eficácia já vem garantindo o seu espaço no mercado, assim como estabelecendo o exemplo do que deve ser um equipamento de linha média-baixa às restantes marcas. Não quero com isto dizer que não poderás encontrar um equipamento mais em conta, mas tem em mente as limitações que poderás encontrar e pensa neste como a tua referência.
Se esta aposta tem corrido bem à Lenovo, o mesmo já não se pode dizer da restante linha Moto. Se por um lado manter o nome Moto era suposto transportar para a Lenovo o reconhecimento e a credibilidade da Motorola, por outro não está a conseguir capitalizar numa estratégia mais abrangente, não sendo obvia e legível uma sequência natural de produtos.
Talvez por serem apresentados em alturas diferentes do ano, os modelos mais bem equipados da Moto, como o Moto Z ou Moto Z Play não têm conseguido captar a mesma atenção deste Moto G. Apesar de algumas semelhanças que permitem perceber uma uniformidade da marca, como o modulo redondo das câmaras traseiras, a forma geral dos equipamentos revela alguma falta de elegância, que enquanto tolerável no Moto G, torna os outros modelos desinteressantes quanto comparados a outros equipamentos concorrentes.
Se olharmos para a marca mais conceituada do mercado neste momento, conseguimos perceber esta linguagem uniforme, focada nos elementos estéticos mais importantes e ainda assim mantendo uma diferença clara entre o que é um media linha e um topo de gama. Claramente a Samsung é neste momento uma referência neste capítulo, com uma linguagem uniforme em toda a sua linha e ainda assim consegue manter uma distância entre A e S.
Outras das novidades da Lenovo nesta MWC foi revelada pelo Chairman e Presidente da Motorola, quando confessou à CNET* em entrevista que a empresa iria voltar atrás com a sua decisão de retirar gradualmente o nome Motorola dos seus equipamentos, fazendo exactamente o oposto, retirando o nome Lenovo e Zuk em detrimento de Moto. Segundo Aymar de Lencquesaing (Chairman e Presidente da Motorola), a empresa tem agora uma visão mais clara do seu futuro, e que da mesma maneira que a Lenovo tem o reconhecimento pelos seus computadores, a Motorola tem pela qualidade e inovação dos seus smartphones.
Com estas declarações, podemos concluir que associando a falta de coesão da marca com uma estratégia de marketing e de mercado pouco clara, sobra uma marca frágil ainda à procura da sua identidade, em constante declínio com uma presença e procura muito diminuta em Portugal.
Fica no ar a questão se conseguirá a restituição do nome Motorola trazer as duas marcas à ribalta dos mercados, à semelhança do que acontece com a Nokia e a Blackberry.
* Fonte: https://www.cnet.com/uk/news/motorola-phones-moto-z-motomods-mission-lenovo-mwc-2017/
imagens: https://www.motorola.co.uk/products/moto-g-plus
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